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O mundo entrou no seu after hours. A música já não toca, as luzes apagam-se lentamente, e o que resta é a verdade crua — sem maquilhagem, sem filtro. A Demobarah nasce nesse intervalo entre a noite e o dia: o momento em que os deuses se calam e os homens escutam o eco do próprio vazio. Desde 2012, o calendário espiritual parece ter mudado de frequência. Foi o ano em que o tempo deixou de ser linear e começou a girar sobre si mesmo. Muitos chamaram-lhe o “fim do mundo”, mas o Apocalipse nunca foi destruição: foi sempre revelação.

O dia 1 de Novembro, conhecido como o Dia de Todos os Santos, e o dia seguinte, Dia dos Fiéis Defuntos, são momentos de profunda reflexão espiritual. Muito além das flores nos cemitérios e das velas acesas, estas datas convidam-nos a compreender a morte não como um fim, mas como uma passagem sagrada — uma mudança de estado, onde a alma regressa ao plano espiritual, à sua verdadeira morada. No espiritismo, a morte é vista como a libertação do corpo físico, o desprendimento natural do espírito após cumprir o seu ciclo terreno. O corpo, efémero e transitório, devolve-se à Terra; o espírito, eterno e consciente, continua a sua caminhada em planos mais subtis da existência. A morte, portanto, não é o oposto da vida — é a continuação da vida sob outra forma, livre das limitações materiais.

A Virgem Maria é a manifestação mais pura do amor divino na Terra. No esoterismo católico e nas tradições espirituais mais elevadas, Ela representa a ponte entre a criação e o Criador — a consciência iluminada que intercede por todas as almas, sem distinção, guiando-as na senda do perdão, da compaixão e da ascensão. No seu silêncio reside o poder do Espírito Santo; na sua entrega, a sabedoria eterna. Maria é o princípio feminino de Deus, o reflexo da Mãe Universal que acolhe, cura e transforma. O seu sofrimento ao pé da cruz não é apenas humano — é o sofrimento sagrado da alma que testemunha a dor do mundo e a converte em luz redentora.

O Olho Que Tudo Vê é um símbolo ancestral, presente em várias tradições espirituais e esotéricas, mas que, no contexto católico e espiritual, possui significados profundos e universais. Representa a vigilância divina, a consciência do sagrado que observa todas as ações humanas, não como juízo punitivo, mas como luz orientadora. É a presença de Deus que tudo percebe — cada pensamento, cada sentimento, cada gesto — lembrando-nos da responsabilidade que temos sobre nós próprios e sobre o mundo à nossa volta.

Feito e Bem Feito — expressão antiga, de raízes mágicas e espirituais, que ecoa entre o esoterismo popular e a fé católica profunda. No universo dos feitiços, “feito” representa a ação — o gesto, o verbo, a vontade materializada. “Bem feito”, por sua vez, é o selo da intenção pura, a força que legitima o acto perante as leis invisíveis do espírito. No esoterismo católico, esta expressão ganha um brilho particular: tudo o que é feito sob a luz de Cristo, com verdade e coração limpo, torna-se “bem feito”, ou seja, justo aos olhos de Deus e protegido contra o retorno do mal. Jesus é visto como o Sumo Pontífice do bem e do mal — não por dualidade, mas por soberania. Nele, o mistério da luz e da sombra encontra equilíbrio, porque até as trevas obedecem ao Seu nome.

A obsessão espiritual é um fenómeno subtil, mas profundo, no qual energias ou entidades que ainda não transcenderam podem criar ligações com indivíduos, influenciando pensamentos, emoções e até comportamentos de forma persistente. Estas presenças não surgem por acaso; são reflexos de desequilíbrios energéticos, emocionais ou espirituais, muitas vezes ligados a experiências passadas, laços kármicos ou sentimentos não resolvidos. A obsessão espiritual manifesta-se como um peso invisível na alma, que pode gerar angústia, inquietação, confusão interior e até bloqueios na vida prática.

 

No Tarot Rider-Waite, O Sol é uma das cartas mais luminosas e espiritualmente elevadas do baralho. Representa a clareza divina, a vibração da verdade e o renascimento da alma após a travessia das sombras. O seu brilho dissipa a ilusão e revela o caminho autêntico do ser. Na leitura espiritual da Demobaráh, o Sol não é apenas um símbolo de sucesso ou vitalidade — é o emblema da consciência desperta, a centelha divina que habita em cada espírito. É a energia criadora primordial, aquela que dá forma à matéria, anima a vida e ilumina as dimensões ocultas da existência.

Tarot é muito mais do que um simples baralho de cartas; é uma ferramenta ancestral de autoconhecimento, reflexão e comunicação espiritual. Desde os seus primórdios, tem sido utilizado como instrumento de orientação, ajudando o ser humano a compreender padrões da vida, tomar decisões conscientes e conectar-se com dimensões espirituais superiores.

Treze almas reúnem-se. Dois dias inteiros de presença, olhares, gestos e silêncios.No coração de Lisboa respira em conjunto no local que se transforma em santuário efémero.As luzes dançam nas paredes, refletindo sombras de corpos, risos e desejos.Sobre a pedra de mármore da mesa repousam smartphones, frios e imóveis, captando instantes de riso, tentação e lembrança. Cada aparelho guarda fragmentos de memórias, ecos de mensagens, sussurros do passado e desejos que vibram no presente.

O Diabo é um anjo expulso do Céu. Ele caminha entre sombras, mas não para punir — para restaurar. Na Demobarah, proclamamos que todos têm direito à justiça, não como vingança, mas como reparação sagrada do sofrimento que lhes foi imposto. Existem feridas que apenas o tempo não cura. Existem desequilíbrios que apenas a ação consciente pode restaurar. O Estado não basta; a justiça não pode ser cega. Ela deve ver, compreender, tocar cada nuance do que foi quebrado.

Na Demobarah, rejeitamos a positividade tóxica e a promessa vã de transformação exibida para likes, em feeds cuidadosamente construídos. A verdadeira revelação ocorre no silêncio, longe dos olhos, onde não há performance — apenas processo. E o processo real não é bonito. É caótico, visceral, muitas vezes solitário. A alma não desperta com frases feitas, mas através da queda. Para renascer, é preciso morrer. A morte do ego é o primeiro rito. Um esvaziamento profundo de tudo aquilo que julgamos ser. O ego resiste, grita, tenta sobreviver. Mas não há passagem sem destruição. 

Judas Iscariotes é conhecido na história cristã como o traidor que entregou Jesus aos seus inimigos. No entanto, a sua história não se resume a um simples acto de maldade; revela a fragilidade humana perante a tentação e o poder da escolha. Segundo o Evangelho de Lucas (22:3), “Então Satanás entrou em Judas”. Isto indica que Judas não foi forçado a agir, mas foi gradualmente influenciado pelo mal. O Diabo abriu uma porta, mas a decisão de atravessá-la foi inteiramente dele. O acto de Judas teve uma troca concreta: por trinta moedas de prata, entregou Jesus, que representava a própria Vida (Mateus 26:14-15). 

Muito além do papel institucional que o cargo de Papa exige, Leão XIII destacou-se como um guardião da Luz que compreendia, de forma rara entre os pontífices, as forças invisíveis que moldam o destino da humanidade. Para ele, a fé não era apenas ritual ou doutrina: era também percepção do que se oculta além do mundo material, uma consciência clara de que a verdadeira batalha transcende o visível. Conta-se que, após uma visão mística profundamente perturbadora, na qual testemunhou legiões de trevas a desafiar a Igreja, Leão XIII foi movido a compor a célebre oração a São Miguel Arcanjo. 

O fenómeno de Nossa Senhora de Fátima e a aparição aos três pastorinhos pode ser compreendido, sob uma perspetiva esotérica, como um verdadeiro fenómeno Illuminati: uma manifestação de consciência superior que transcende a compreensão comum e revela verdades ocultas, convocando a atenção da humanidade para acontecimentos futuros e para a necessidade de despertar interior.

Entre teorias da conspiração, videoclipes provocativos e campanhas publicitárias enigmáticas, o termo “Illuminati” tornou-se um dos conceitos mais distorcidos e incompreendidos da era moderna. Celebridades internacionais utilizam frequentemente símbolos como o olho dentro do triângulo, e o público, muitas vezes sedento por mistério, acaba por absorver narrativas superficiais que pouco têm a ver com a verdadeira essência desta ideia ancestral.